CARTÃO DE CRÉDITO

Certa vez caminhando pelas ruas do centro numa manham calorosa de novembro, na verdade os dias mossoroenses são quasse todos extremamente calorosos, mas enfim, voltemos a citada manham de novembro. era umas 09:15 e eu tinha que resolver alguns problemas de trabalho, quando chegava nas imediaçôes da Augusto Severo quando fui abordado por uma garota de uns dezoito anos, sorriu com simpatia e pediu que eu lhe desse uns minutos de minha atenção;
-Desculpe senhor é que eu trabalho fazendo cadastro de cartão de crédito e quero saber se o senhor deseja fazer um?
-Mas que conversa é essa de me chamar de senhor se eu tenho quase a sua idade?
-Desculpe novamente mas eu não tive a intenção de lhe chamar de velho, eu só queria ser simpática e educada.
-Ou mulher para gostar de pedir desculpas, desculpa por isso, desculpa por aquilo.
-Você pode ou não fazer o cadastro?
-Depende muito de você, mas eu fico imaginando em que país estamos que as pessoas anda nas ruas oferecendo crédito a quem encontra pelo caminho, daí a pessoa é mal intencionada não paga a fatura do cardão e tudo acaba no CERASA ou SPC.
-Mas meu serviço é apenas fazer o cadastro, depois haverá alguém que analisa e diz se você pode ou não fazer o cartão.
-Quer dizer que a senhorita me para na rua, faz eu perder meu tempo com um cadastro que só servira para eu ser analisado e julgado por alguém que eu nem mesmo conheço?
-Está bem me desculpe pela última vez, mas eu vejo que o senhor não está com o melhor dos humores e que eu cometi um grande erro quando me aproximei do senhor para fazer o cadastro, tenha um bom dia!
-Espere um pouco. Quem deve pedir desculpas sou eu, a senhorita não tem culpa pelo meu péssimo humor, mas a verdade é que eu passo por um mau dia.
-Pode esquecer isso, afinal todos tem seu dia de cão.
-Em todo caso... você não gostaria de lanchar comigo ou tomar um suco, assim eu me sentiria perdoado eu fui tão rude com você? Assim nós teríamos mais tempo para realizar o cadastro.
-Mas eu pensei que você não estaria interessado em fazer o cadastro?
-Se eu não tiver um cartão de crédito como você imagina que eu comprarei um presente para a minha futura esposa para me desculpa pelo nosso primeiro desentendimento?
Ela sorrio e disse que aceitaria meu convite para tomar um suco. Já faz quase vinte e cinco anos, mas eu me lembro como se fosse hoje. Afinal foi o primeiro dia do resto se nossas vida, a primeira vez que encontrei a mulher da minha vida, já estamos nos preparando para a festa de bodas de prata de nosso casamento, mas não será uma grande festa já que o limite do cartão vive estourado.

Fábio Alves Valentim, 27/01/07.